Viés negativo. Como superá-lo e aprender a controlar a sua vida

Por que as palavras de crítica nos esvaziam, mesmo quando misturadas com elogios generosos? Porque o nosso cérebro está focado no negativo. Este efeito negativo explica o grande e o pequeno: por que os países entram em guerras catastróficas, por que os casais se separam, por que as pessoas falham entrevistas de emprego, por que os treinadores de futebol estupidamente lutam pelo quarto lugar. Ao longo do dia, o poder do negativo governa o humor das pessoas, estimula campanhas de marketing e domina as notícias e a política.

O destacado sociólogo Roy Baumeister deparou-se inesperadamente com este aspeto fundamental da natureza humana. Para perceber por que é que as perdas financeiras são mais importantes para as pessoas do que os ganhos financeiros, Baumeister procurou situações em que eventos positivos tivessem um impacto maior do que os negativos. Mas a sua equipa não encontrou nenhuma. A sua investigação mostrou que o negativo é incessantemente mais forte do que o positivo, e o seu artigo tornou-se um dos mais citados na literatura científica.

O preconceito negativo do nosso cérebro tem um sentido evolutivo, pois mantinha os nossos antepassados em alerta para perigos fatais, mas distorce a nossa perspetiva no ambiente mediático atual. A enxurrada contínua de más notícias e o incitamento de crises fazem-nos sentir impotentes e levam-nos a ter medo e raiva. Ignoramos as nossas inúmeras bênçãos, preferindo ouvir as vozes que nos dizem que o mundo vai para o inferno.

Mas assim que reconhecermos o nosso viés negativo, o cérebro racional poderá superar o poder do mau, quando este for prejudicial, e usar esse poder quando for útil. Na verdade, rupturas más e sentimentos negativos criam os estímulos mais poderosos para nos tornarmos mais inteligentes e fortes. Com a compreensão correta, o mau pode ser usado para o bem absoluto.

Como salientam o jornalista científico John Tierney e Baumeister neste extenso livro, podemos adotar estratégias comprovadas para evitar armadilhas que condenam relacionamentos, carreiras, negócios e nações. Em vez de desesperar pelo que está errado na sua vida e no mundo, pode ver o quanto está a correr bem — e como tornar isso ainda melhor.