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The Peninsula of Empty Houses de David Uclés oferece uma viagem ousada e imersiva ao coração da Guerra Civil Espanhola e às suas duradouras consequências humanas. No centro está uma extensa família de olivicultores de Jándula cujas vidas se desfazem sob o peso do conflito, da memória e do mito. A narrativa entrelaça múltiplas vozes — um soldado que corta a sua pele para libertar a cinza acumulada, um poeta que cose a sombra de uma criança atingida por uma bomba, um professor que ensina os alunos a fingir estar mortos, um general que dorme ao lado da mão de um santo cortada, um rapaz cego que recupera a visão durante um apagão, e um cão ferido cujo sangue mancha uma bandeira em Badajoz.
Mais do que ficção histórica, este romance usa o realismo mágico para amplificar as verdades emocionais de uma nação dilacerada. O desespero quotidiano e a imagética surreal fundem-se para criar um mundo onde o doméstico e o épico, o pessoal e o político, colapsam num só. Através de cem narrativas, o autor traça como o legado da guerra persiste nas paisagens, na arquitetura, nas casas abandonadas — as “empty houses” do título — e no peso silencioso dos que ficaram para trás.
Para leitores que procuram uma exploração profunda e em camadas da história, memória e identidade, The Peninsula of Empty Houses destaca-se pela sua estrutura ousada, pela sua ambição literária e pela sua profundidade emocional. David Uclés cria um romance que interroga o passado não apenas narrando eventos, mas habitando as suas sombras e ecos. Uma leitura exigente, mas ricamente recompensadora.